omíada parece ter sido garantir a segurança de Ifriqlya (Tunísia), mas o governador ‘Abd al-
Rahman al-Fihri foi hostil à sua permanência na África. Então, Abd al-Rahman foi obrigado a
buscar refúgio em Al-Andalus. Com isso, ‘Abd al-Rahman buscou se tornar governante, de
modo que ele se voltou para a oposição iemenita em busca de apoio.
Para Wickham, “em 755, na Hispânica. Aqui, Abd al-Rahman encontrou apoio tanto das
linhagens berberes [...]. Em um ano, conquista Córdoba. Abd al-Rahman I, então [...] amir [...]
de forma totalmente independente de seus inimigos abássidas, em Bagdá. E seus descendentes
fizeram a mesma coisa até 1031” (WICKHAM, 2023: 461-462). A proclamação de Abd al-
Rahman Mu'awiya como Emir na mesquita de Córdoba foi realizada na sexta-feira, 14 de maio
de 756, o que não foi o fim absoluto da tomada do poder pelos omíadas no território ibérico. O
novo Emir buscou desenvolver um poder unanime na Hispana muçulmana, que lhe permitiria
sobreviver e transmitir o legado omíada, de uma forma que nenhum governante islâmico ibérico
anterior havia sido capaz de fazer.
Abd al-Rahman, agora o primeiro emir de Cordoba, buscou estabelecer-se como governante
independente de Bagdá. Ele não apresentava mais ligação com o califado e, muito menos, com
os abássidas. Embora mantivesse uma titulação bastante modesta de Emir, ele não reconhecia
nenhum chefe muçulmano como superior. Ele apresentava uma série de vantagem em relação
a seus rivais, pois era membro da tribo dos Quraysh, descendente direto do Mohamad e da
família dos califas omíadas, além disso, a sua alta descendência não poderia ser negada. No
entanto, havia muitos outros quraysh na Península Ibérica. A ascensão dele foi violenta e
completamente negada por Bagdá, o que poderia ter encorajado a simpatia entre os sírios de al-
Andalus, mas sem muito respeito. Quanto a esses aspectos, a documentação muçulmana
apresenta uma ligação direta dos Almôadas junto a Maomé, demostrando, assim, a conexão
dessa dinastia com os descendentes do profeta. Segundo a documentação,
“Entre ambos hitos se halla un acontecimiento medial que parte los
tiempos y da sentido a la historiaria: el advenimiento del Profeta y la
transmisión del mensaje divino. A partir de ese momento, la tradición
musulmana considera que el alejamiento progressivo de ese punto,
marcado por la pureza primitiva de la fe, conduce indefectiblemente a
la decedentecia, contrarrestada, eso sí, en cada siglo, por renovadores
religioso que vivificarán la religião. La decadencia, no obstante, será
inevitable, como lo será el seguro y definitivo triunfo de Allah”
HADIA, 2008: 35.
Dessa forma, é interessante pensar o desenvolvimento das relações que gerou a formação do
Califado de Cordoba. Inicialmente, após a chegada dos muçulmanos ao território ibérico, houve
um período de instalação do islã nos primeiros anos da chegada (711) até a formação e
desenvolvimento do Emirado de Cordoba, em 756. Na Historia de Al-Andalus: Ibn Al-
Kardabus,são apresentados os primeiros sete emires: Abd Al-Rahmán I (756-788); Hisan I
(788-796); Al-Hakam I (796-822); Abd Al-Rahmán II (822-852); Mohamed I (852-886); Al-
Mundir (886-888); Abd Allah (888-912). Ibn Al-Kardabus relata, pontualmente, os primeiros
cento e cinquenta e seis anos do emirado, dando atenção, principalmente, para Abd Al-Rahmán