. Relatou que, inicialmente, seu diálogo era constante com os autores Hermann
Hesse, Franz Kafka, Khalil Gibran, e logo depois, Wilhelm Reich, Jiddu Krishnamurti,
JohannW. von Goethe, Friedrich Schiller, Friedrich Nietzsche, William Blake, “funcionaram
como bússola no período conturbado e efervescente da década de1970”, oferecendo uma
coragem maior de enfrentamento à política na situação social e econômica do momento, para
“cutucar os militares”. Novas ideias, Joseph Beuys, Marcel Duchamp, Wassily Kandinsky,
Kazimir Malevich, Piet Mondrian.
Quando falou do seu encontro com a arte, em Manaus, lembrou de diversos artistas que
contribuíram no campo específico da arte, alguns eram professores e outros mais teóricos.
Mestres que conheceu na Pinacoteca do Estado do Amazonas foram decisivos, sendo eles,
Moacir de Andrade, Álvaro Páscoa, Manoel Borges, Hahnemann Bacelar. Identificou-se
imediatamente com Hahnemann Bacelar e desenvolviam o dia a dia com amizade e parceria.
Lembra do amigo que, por tamanha sensibilidade, perdeu-se no mundo imagético,
deixando muita saudade.
Ao falar de suas viagens, em Salvador, no momento que esteve no atelier do artista
Emanoel Araújo, nos surpreendeu a emoção que aflorou em Sergio Moura ao descrever o
seu encantamento com os relevos gravados sobre papel branco. Continuamos a navegar e,
ao chegarmos no Rio de Janeiro, falou de diversos artistas e lugares que conheceu.
Experienciou as brincadeiras coletivas e criativas de arte apresentadas pelo crítico Frederico
Morais; conheceu o ateliê de Abelardo Zaluar, na Urca, e ficou impressionado ao ver que a
área interior de seu local de trabalho era tomada por completo de muitas estruturas, materiais em
movimento e ali foi o momento que percebeu um artista envolvido diariamente em sua atividade.
Disse que, a partir deste momento, começou a ter muitas ideias em relação à atividade
artística. Um momento riquíssimo na nossa viagem na linha do tempo foi conhecer, por meio
da narração de Sergio Moura, sobre os artistas que conheceu: Lygia Clark, Hélio Oiticica,
Fayga Ostrower, Lygia Pape, Rubens Gerchman.
Em uma pausa, Sergio mostra fotos e, num crescente de emoções, falado lugar que escolheu
para ficar, Curitiba. Nesta cidade, logo conheceu Adalice Araújo (criadora dos Encontros
de Arte Moderna), Ivens Fontoura e Luís Carlos de Andrade Lima, mestres que perceberam
o seu conhecimento artístico e foram receptivos ao saberem que ele era de outra cidade.
Com o material captado, é hora de verificar o conteúdo e selecionar os momentos da narrativa
do documentário. Cada vídeo é identificado e são feitas anotações detalhadas para ajudar na hora
de montar o projeto na linha do tempo do software de edição. Analisar todas as gravações é
fundamental para a compreensão do conteúdo disponível na montagem. Nesse momento, o
processo criativo começa a tomar forma, com a definição clara de como cada sequência irá
se desenvolver. Esse processo de seleção e edição é fundamental para transformar um
conjunto de entrevistas e imagens em uma narrativa coesa e envolvente que capte a atenção
do espectador e provoque reflexão sobre o tema abordado.
Após a primeira montagem, a opinião de pessoas não envolvidas com o projeto foi muito
importante. Foram realizadas algumas alterações, permitindo aprimorar a estrutura narrativa