assiste acaba desenvolvendo esta percepção do novo lugar, de uma nova ação ou situação ao
deixar entrar para dentro de si algo novo, é o este processo que desperta o entrelace das
linguagens culturais e artísticas entre os seres que dão um novo sentido, disto o ser, está
sujeito de fato a uma realidade de linguagem artística e do sensível. Depois desta faze
acontece o princípio do filtro, daquilo que se recebeu durante anos, de modo a velar pelos
princípios locais, a fim de criar uma nova realidade embora diferente sobre base do que já foi
encontrado antes do processo de aculturação e aceitação, a este fator podemos considerar
como dinamização da cultura e o desenvolvimento de uma cultura artística resultante deste
encontro de ideias, que vira reverberar no surgimento de uma nova linguagem, sociocultural e
artístico. É assim, que de fato se faz uma nova forma de fazer e construir um novo teatro em
Angola, me lembra que desde 2004 quando comecei a observar e registrar a desenvoltura das
manifestações teatrais em Angola, me traz a memória esta relação entre a cultural patrimonial
e a cultura artística, interligando visões de resiliência e resistência ideológicas, proposto pelo
ser e pelo criador artístico, onde as línguas regionais marcam sua presença mesmo com a
língua portuguesa dentro da cena entre esses encontros de códigos, grupos se recusam
abandonar uma ou outra língua para fazer chegar seus resultados criativos, a isto reflete uma
nova forma de fazer o feito, romper a tradição de fazer chegar o que foi feito e uma nova
realidade de sentir e fazer sentir o que ainda não foi feito, razão pelo qual destes encontros de
ideias desenvolverem esses entrelace culturais para dar sentido a diferenciação das linguagens
artísticas, o que também se pode definir como desenvolvimento e presença estética da criação
artística.
De acordo com Abrantes (2022), na sua “Uma obra breve história geral do teatro”, afirma que
ao fazer a compartimentação da literatura tradicional angolana, o missionário suíço
HéliChantelain, desembarcado em Angola em 1885, constatou que a quinta classe de
literatura por ele considerada era a da “poesia e música”, estando nela representados os estilos
épicos, bélico, idílico, cómico, satírico, dramático e religioso. Segundo afirma que essa poesia
era cantada e a música raramente se compunha sem palavras.
Abrantes, afirma ainda que fácil e constatar, portanto, que a par das práticas mágico-religiosos,
existiram e existem formas festivas e populares de caráter profano, compostas de danças,
canções, poemetos, provérbios, advinhas, mitos, lendas, contos, mascaradas etc. É assim, que
a visão do entrelace das ideias transcendem o existente para criar o inexistente, como a
possiblidade de produzir um teatro que expressa por si só, sua forma, sua particularidade
desde então o seu ponto de partida que é a cultura primária. Assim sendo o teatro Angolano se
destaca na particularidade dos valores intrínsecos na expressão cultural de quem o promove
como também de quem os produz, os elementos expressivos destas particularidades culturais
definem novas formas e novos horizonte de ver o princípio da criação artística e teatral em
cada lugar ou em cada canto do País.
“No período 1975-1984, marcou-se o despertar das populações para
o teatro apresentado naquela época, com destaque para as
mensagens com um elevado cariz político e ideológico envolvendo
sempre a juventude nos trabalhos. O combate as práticas coloniais e