
Leticia Fátima Arruda
TARÔ E ARCANOS MAIORES: COMPONENTES SIMBÓLICOS DA NARRATIVAS TEXTUAL DO
CONTO “HISTÓRIA DA REDENÇÃO DA POBREZA” DE EDUARDO GALEANO
rapazes se assusta com a imagem de Felicinto, pois ele tinha se tornado um demônio, havia
chifres em sua cabeça e uma cauda pontuda.
Afinal, a história não poderia se tornar algo tão diferente do que o baralho do Tarô, que
simbolicamente remete a fases de nossa vida, em que, certa vezes, somos um demônio, um
louco, uma sacerdotisa, um mágico, e conforme caminhamos em nosso trajeto nos
modificamos, pois o nosso cérebro funciona pela ação do corpo e pela objetividade da mente,
e nesta relação de reflexão surge a intuição, que nos guia. Com isso, nesse paralelo entre o
Tarô e o conto de Eduardo Galeano, estabeleço os componentes simbólicos que cada história,
seja ela fictícia, folclórica, possui. Em síntese, se até os contos têm símbolos que nos traduz a
vida, por que de fato o tarô não será um meio de relacionar a nossa vivência?
CONCLUSÃO
Como resultado esperado deste artigo, o simbolismo foi uma vertente que passou por diversos
episódios de compreensão para se tornar o que tanto utilizamos em nosso meio, logo, o Tarô
convoca este entendimento para que nós possamos transicionar entre os dois mundos, a
descoberta dos símbolos com a utilização das cartas do Tarô; portanto, as imagens e números
que cada carta dos 22 Arcanos maiores revela são imagens efetivas, intuitivas que levam à
descoberta de revelações da nossa vida e dos objetivos, como também em relação à saúde, aos
relacionamentos e ao trabalho. Esses parâmetros são utilizados pelas cartomantes a fim de
descobrir algo que por muitas vezes está em nossa visão e não conseguimos perceber.
Logo, a história de Eduardo Galeano, em seu livro Palavras andantes, especificamente no
conto ”História da Redenção da Pobreza”, tem como primícia a vida de Felicinto, um homem
comum, que está em busca de casa e comida. Durante todo o trajeto deste personagem na
história, compreendemos que as cartas do Tarô simbolizam o trajeto de vida, logo,
evidenciamos que a carta do Louco relaciona com a situação inicial de Felicinto nesta história,
indeciso, aflito, curioso, preocupado, aventureiro, aspectos inerentes à simbologia do Louco,
no decorrer da trama, notamos, ainda, o aparecimento de outro personagem, sem
identificação, mas, em sua única ação na história, mostra que é supostamente um mágico que
está guiando Felicinto para algum local. Quando o mágico traz o caos, o protagonista não vê
saída e continua caminhando.
Neste impasse, sem saber para onde ir, encontra uma mulher misteriosa com um véu preto
entre o rosto, que lhe oferece um beijo e comunica palavras de poder para sua vida, quando
ela aponta para um monte longe da vista dos dois, pedras surgem, portanto, a Feiticeira surge
na trama ou a sacerdotisa, que vem para indicar intuição e aproximação com a sabedoria, pois,
por muitas vezes Felicinto na história caminhava e não percebia, somente enxergava o que era
necessário para ele naquele momento. Logo, Felicinto fica radiante e leva todas as pedras que
consegue carregar, chega em um vilarejo e custa a vender e, por fim,não consegue;
novamente, segue o rumo, perdido e sem saída.